A alimentação é muito importante para ajudar no tratamento da doença de Parkinson. Seguir uma dieta saudável pode melhorar a saúde do cérebro e ajudar a reduzir os sintomas da doença.
A alimentação é muito importante para ajudar no tratamento da doença de Parkinson. Seguir uma dieta saudável pode melhorar a saúde do cérebro e ajudar a reduzir os sintomas da doença.
A alimentação é muito importante para ajudar no tratamento da doença de Parkinson. Seguir uma dieta saudável pode melhorar a saúde do cérebro e ajudar a reduzir os sintomas da doença.
A dieta mediterrânea, que inclui alimentos frescos e pouco processados, é uma das mais recomendadas para pessoas diagnosticadas com a doença. Essa dieta é rica em alimentos naturais e minimamente processados, que contêm antioxidantes*, compostos bioativos*, fibras alimentares e gorduras saudáveis. Esse padrão alimentar, quando combinado com um estilo de vida saudável, contribui para a saúde intestinal, oferece proteção ao sistema nervoso e ajuda a reduzir o estresse oxidativo*.
Este padrão alimentar inclui uma variedade de alimentos saudáveis, como verduras, legumes, leguminosas (feijão, grão-de-bico, lentilha e ervilha), frutas, cereais integrais, aves, peixes, azeite de oliva extra virgem, oleaginosas e ervas naturais (frescas ou secas), como alecrim, orégano, manjericão, sálvia e coentro. Entre os laticínios, os mais recomendados são o iogurte natural, queijos brancos e queijo feta, feito de leite de cabra e ovelha. A carne vermelha, por ser de digestão mais lenta, deve ser consumida com moderação (2 a 3 vezes por semana), pois sua lenta digestão pode interferir na absorção da levodopa, o principal medicamento usado no tratamento da doença de Parkinson. Quando for escolher proteína animal, dê preferência para aquelas provenientes de aves e peixes, já que esses são alimentos de digestão mais rápida comparado à carne vermelha. Na ordem de digestão, queijos, leite, ovos, peixe, carne de ave são de digestão mais rápida, seguidos pela carne bovina, que é de digestão mais lenta.
Além do alimento em si, cada pessoa tem suas próprias particularidades que influenciam na digestão e na absorção de nutrientes. Fatores como a quantidade de enzimas digestivas, o pH gástrico, uso de medicações, presença de doenças gastrointestinais, intolerâncias e sensibilidades alimentares, estado emocional durante a refeição e até o modo de mastigação podem impactar tanto o tempo de digestão quanto a eficácia na absorção dos nutrientes, afetando a qualidade da nutrição de maneira geral.
A seguir, destacamos algumas orientações importantes para os pacientes:
• Incluir diariamente: legumes e verduras variados no almoço e no jantar, 3 porções de frutas variadas por dia, carnes brancas (peixe e frango), cereais integrais (por exemplo: pães, arroz e aveia), leguminosas, batatas, castanhas, azeite de oliva extra virgem, queijos brancos e iogurtes naturais (sem adição de açúcar e sem aditivos químicos alimentares);
• Optar por preparações culinárias que sejam refogadas, assadas e grelhadas;
• Beber água ao longo do dia, total de 30 a 35 mL kg de peso corporal por dia (peso 70 kg x 30 mL = 2100 mL), exceto para pacientes com doença cardíaca crônica e doença renal crônica, quando há restrição de líquidos prescrita pelo médico. A água é importante para hidratar o organismo e fundamental para o bom funcionamento dos intestinos;
• Evitar alimentação de padrão ocidental (composto de alimentos ultraprocessados como: doces, açúcares, farinhas refinadas, frituras, fast-food, carnes gordas, embutidos, refrigerantes, sucos artificiais) que está associada a constipação e a neuroinflamação.
• Ter um estilo de vida saudável, com a prática regular de exercício físico orientado por profissional capacitado, descanso adequado e convívio social.
Alguns alimentos se destacam pelos seus benefícios nutricionais. Acrescente-os de maneira variada na sua rotina alimentar:
• Temperos, especiarias e ervas - canela em pó, cacau em pó, cúrcuma em pó, gengibre, cebola, alho, ervas frescas ou secas (orégano, alecrim, hortelã, tomilho, manjericão, coentro, erva-doce e cominho) e limão;
• Chás - verde, preto, camomila, hortelã, erva-doce e alecrim. Lembramos, não beber mais de 3 xícaras ao dia do mesmo chá;
• Frutas – vermelhas (amora, acerola, framboesa, mirtilo/blueberry, uva, morango, jabuticaba e açaí), abacate, abacaxi, mamão, kiwi, figo, ameixa, banana, maçã e laranja;
• Vegetais crucíferos e folhosos verdes escuros – brócolis, couve-flor, repolho roxo, couve-de-bruxelas, couve-manteiga, espinafre e rúcula;
• Oleaginosas (sem sal) – castanha do Pará, castanha de caju, amêndoas, nozes, avelãs e pistache;
• Sementes - linhaça, chia, girassol, abóbora e gergelim;
• Alimentos com efeito prebióticos - alho-poró, alho, cebola, aspargos, chicória, alcachofra, batata yacon crua, milho cozido, grão-de-bico, farelo de aveia e biomassa de banana verde;
• Peixes que possuem ômega 3 - salmão, sardinha, pescada branca, atum, cavala e arenque;
• Azeite de oliva extravirgem – para cozinhar, temperar saladas e umedecer o pão.
Lembre-se:
- Pessoas que praticam alimentação de padrão mediterrâneo podem apresentar redução na intensidade dos sintomas da doença de Parkinson;
- Dê sempre preferência aos alimentos orgânicos;
- Coloque em prática este padrão alimentar como parte de sua rotina de cuidados.
*Antioxidantes: Substâncias que protegem as células dos danos causados por radicais livres.
*Radicais livres: Moléculas produzidas pelo corpo que podem danificar células, acelerar o envelhecimento e contribuir para doenças.
*Compostos bioativos: Componentes dos alimentos que, além de nutrir, oferecem benefícios extras à saúde, como fortalecer o sistema imunológico e reduzir inflamações.
*Estresse oxidativo: Ocorre quando há um desequilíbrio entre a produção de radicais livres e a capacidade do corpo de neutralizá-los, podendo levar a danos celulares, doenças e envelhecimento precoce.
Fontes: MIND and Mediterranean Diets Associated with Later Onset of Parkinson’s Disease. Movement Disorders, Vol. 36, No. 4, 2021; Mediterranean Diet and Parkinson’s Disease. Int. J. Mol. Sci. 2023, 24, 42; Comparison of Associations between MIND and Mediterranean Diet Scores with Patient-Reported Outcomes in Parkinson’s Disease. Nutrientes 2022, 14(23), 5185.
Responsáveis Técnicas: Dr. Mariana Marrone Burmeister (Nutricionista - CRN³ 50938); Dr. Maura Corá (Nutricionista - CRN³ 1958).