Maniçoba, já ouviu falar?
Feita a partir da folha da mandioca, a iguaria é o prato mais consumido na época do Círio de Nazaré no estado do Pará. A Trisha Guimarães explica mais sobre a Maniçoba, confira.
A máxima de comer com os olhos certamente não foi feita para a Maniçoba. À primeira vista não é atraente: uma cor verde musgo amarronzada com uma textura onde não é possível identificar o que tem dentro. Mas acredite, apesar deste relato logo no início do texto, o prato típico de Belém do Pará é uma iguaria digna de uma estrela Michelin.
Maniçoba é um prato de origem indígena, com influência africana e portuguesa. Nele, as folhas da mandioca são moídas e cozidas por aproximadamente sete dias para que se retire da planta o ácido cianídrico, que é venenoso.
O curioso é que o consumo da mandioca cozida já era praticada pelos indígenas que habitavam a região há cerca de 700 anos. A inclusão dos embutidos e dos temperos na iguaria veio muito tempo depois, com a chegada dos portugueses e africanos.
No Pará, a maniçoba é servida com arroz branco e farinha. Um dos períodos onde a maniçoba é tradicionalmente consumida é no mês de outubro, durante os festejos do Círio de Nazaré, que reúne cerca de dois milhões e meio de fiéis nas ruas da cidade para homenagear Nossa Senhora de Nazaré, a padroeira dos paraenses. É neste momento que as famílias se reúnem em volta da mesa, histórias são compartilhadas e é nesse momento que escolhemos nossa louça mais afetiva!
Minha sugestão para este momento são as louças da linha Sophia da Tramontina, uma porcelana inspirada em mulheres arquitetas e que trazem à mesa peças translúcidas com excelente brancura com porosidade quase zero, evitando a proliferação de fungos e bactérias.
A linha Sophia é aquela louça branca, clássica, com bordas delicadas que farão seu almoço ainda mais especial. O detalhe importante é que muitos adornos desse período do ano são coloridos, o que permite a mistura das louças com fitas coloridas, flores, brinquedos de Miriti, e assim fazer o que chamamos de efeito Tramontina: aquela sensação quase inexplicável de transformar momentos ao redor da mesa em algo muito especial!
E especial também é como fica Belém do Pará nessa época do ano: mais colorida, festiva - uma comoção que toma conta da cidade. Ao entrar nos prédios e nas casas, o cheiro da maniçoba invade o ambiente de tal forma que você é instigado a entender todo o ritual em torno deste prato. Neste momento, percebe-se uma identidade afetiva e histórica que só quem degusta a maniçoba é capaz de sentir. Porque a maniçoba é um daqueles pratos que alimentam a alma. Vamos aprender a receita?
Receita Maniçoba
Ingredientes:
3 Kg de maniva
2 Kg de carne seca
500g de paio Suíno
500g de costela Suína
500g de bacon
500g de chouriço Paraná
500g de toucinho
500g de lombo Suíno
600g de linguiça calabresa
400g de alho picado
50g de pimenta-do-reino
1 Kg de cebola
250 ml de azeite
Modo de fazer:
1º dia: refogue cebola e alho e depois coloque a folha da Maniva moída em uma panela. Deixe ferver durante todo o dia em fogo brando, sem deixar secar. Se precisar coloque água.
2º dia: coloque o toucinho refogado com alho, cebola e pimenta do reino e deixe ferver novamente.
3º dia: escalde todas as carnes, tirando o sal e refogue novamente e coloque na panela da maniva para ferver e mexa de vez enquanto.
4º dia: deixe ferver por mais seis horas, mexendo de vez em quando. Pelos próximos três dias, deixe ferver por seis horas, sempre mexendo, depois desligue o fogo. No dia seguinte repita o ritual. É importante ressaltar que quanto mais ferver, mais o sabor apura e mais gostosa fica a maniçoba.
Para servir, coloque arroz branco à parte e marinha de mandioca. Inclusive, optando pela linha Sophia. Esses acompanhamentos ficarão perfeitos, pois o prato raso da linha tem 28cm, um tamanho generoso e ideal para a celebração que o momento pede! Bom proveito!
Conteúdo produzido por: Trisha Guimarães